quarta-feira, 1 de julho de 2015

Por que nós bocejamos?

Bebês, cães, gatos, pássaros, ratos, ratazanas e até cobras bocejam. E, acredite, alguns de nós começaram a arte do bocejo ainda no útero da mamãe. Apesar de não sabermos, há milhares de anos, a razão de pela qual bocejamos, estudos recentes podem ter resolvido essa incógnita.

O QUE ACONTECE EM NOSSO CORPO QUANDO BOCEJAMOS?
Quando uma pessoa boceja, o alongamento dos músculos da mandíbula aumenta o fluxo sanguíneo na cabeça, no pescoço e no rosto. Também envia líquido cefalorraquidiano para baixo, para longe do cérebro. Da mesma forma, quando um bocejo é combinado com a ampla abertura de sua boca (aquela visão que a gente não precisa ter dos outros), esse movimento promove um fluxo de grandes quantidades de ar através das cavidades oral e nasal.

TEORIAS DO BOCEJO
1. Bocejar aumenta os níveis de oxigênio no sangue
O bocejo faz com que a gente puxe grandes quantidades de ar. Por isso, muitas pessoas têm essa teoria de que o propósito de bocejar é chamar mais oxigênio e expirar CO2. Esse princípio da sabedoria popular não tem absolutamente nenhuma evidência que a apoia. 


2. O bocejo estimula e auxilia a excitação

Tem-se observado que, em várias espécies, bocejar parece acontecer em um momento estratégico de antecipação de eventos importantes e durante as transições de comportamento. Acredita-se, então, que o bocejo facilita um estado elevado de alerta e conscientização – que também é apoiado por evidências de alterações que acompanham o bocejo nos níveis de neurotransmissores.

3. Bocejar ajuda a resfriar a temperatura do cérebro
Recentemente postulada, essa teoria de que o bocejo tem uma função de termorregulação começa observando que a temperatura do cérebro é controlada por três fatores: a temperatura e a velocidade do fluxo sanguíneo e do metabolismo do organismo. Como o bocejo aumenta o fluxo sanguíneo, não é razoável supor que o seu objetivo seja resfriar o cérebro.
A teoria foi desenvolvida pela primeira em um estudo de 2007, que envolveu dois experimentos relacionados. No primeiro, os participantes foram orientados a respirar tanto pelo nariz quanto pela boca e depois foram solicitados a ver vídeos de outras pessoas bocejando. Aqueles que respiravam por via nasal não demonstraram ser contagiados pelo bocejo alheio.
No segundo experimento, os participantes foram convidados a colocar alternadamente ou um pacote quente ou frio na testa e, mais uma vez, assistir a vídeos de pessoas bocejando. Resultado: 41% dos que tinham um pacote quente em suas cabeças se contagiaram com outros bocejos, enquanto que 9% das pessoas com um pacote frio se mostraram menos propensas a bocejar ao ver outras pessoas bocejando. Assim, os pesquisadores concluíram que o resfriamento do cérebro tem alguma função/implicação do ato de bocejar.


ENTÃO NÓS BOCEJAMOS PARA RESFRIAR O CÉREBRO? E POR QUE O BOCEJO É CONTAGIANTE?
Se o resfriamento do cérebro é a razão para bocejar, conforme a temperatura exterior aumenta, você será induzido pelo seu corpo a bocejar mais. Mas, quando essa temperatura se aproxima ou ultrapassa a temperatura do corpo, o ato de bocejar diminui. A tangente desta teoria também prevê que, uma vez as temperaturas caem abaixo de um certo ponto, o bocejo vai diminuir, porque caso contrário, ele poderia esfriar o cérebro demais.
Teorias populares sobre por que o bocejo é contagioso giram em torno de ideias de imitação e empatia. Elas são suportadas por análises de ressonâncias magnéticas dos cérebros de pessoas que estão bocejando. Em um desses estudos, as áreas envolvidas com o processamento das emoções, tanto nossas quanto de outras pessoas, foram ativadas durante o bocejo. Isso levou os pesquisadores a concluírem que a nossa capacidade de nos colocarmos no lugar de alguém é um preditor para que o bocejo seja contagiante. Deve notar-se, no entanto, que o bocejo é de fato contagiante em apenas cerca de 60 a 70% da população


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